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Cores do Xingú

Curadoria: Laura Pérez Gil / Bárbara Avelino

Coordenação museográfica: Ana Luisa de Mello Nascimento

Local: MAE – Colégio Jesuíta. Rua XV de Novembro, 575 – Centro Histórico – Paranaguá, PR
Data: 5 de julho a 3 de novembro de 2013

Desde sua criação em 1961 por iniciativa dos irmãos Villas Bôas, o Parque Indígena do Xingu (PIX) tornou-se um paradigma de diversidade biológica e cultural, passando a ocupar um lugar destacado no imaginário nacional sobre as populações indígenas. Imagens dos grupos xinguanos, encarnação do exotismo indígena, aparecem recorrentemente na mídia. O colorido dos ornamentos, a música, as danças, a alegria e a multidão da festa são os aspectos que por seu apelo estético e exuberância atraem os olhares e despertam nossa curiosidade. Mas para além da profusão de cores, sons e movimento, os rituais xinguanos remetem a importantes aspectos da sociabilidade desses coletivos. O PIX abrange diversos grupos indígenas falantes de línguas diferentes e autônomos em termos políticos. Entretanto, aqueles radicados no Alto Xingu (Kamayurá, Kuikuru, Kalapalo, Aweti, Wauja, Mehinaku, Matipu, Nahukuá, Trumai e Naruvotu) têm desenvolvido alguns aspectos culturais comuns e, sobretudo, redes de relacionamento através das quais se integram. Aspectos como o tipo de ornamentação usada, as formas alimentares – baseadas na mandioca e no peixe, mais do que na carne -, a cultura material ou os rituais que marcam a vida social são basicamente comuns a todos os grupos. De outro lado, os casamentos intertribais, as redes de trocas de objetos – cada grupo é especialista na elaboração de um tipo de objetos diferente, tais como colares de caramujo, cerâmicas ou arcos – e os rituais contribuem para criar uma situação de estabilidade social e harmonia conhecida como pax xinguana. As relações intergrupais no Alto Xingu estão marcadas, nesse sentido, pela celebração de vários rituais, alguns dos quais estão representados na presente exposição. Em cada ritual participam os moradores de várias aldeias, constituindo momentos em que os laços se estreitam, a pax xinguana se constrói e as sociedades se produzem e reproduzem.
(Texto de Laura Pérez Gil)

A exposição itinerante “Cores do Xingú” do Museu Índia Vanuíre, da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo, foi recebida pelo MAE-UFPR para sua exibição no Colégio Jesuíta em Paranaguá. À exposição do Museu Índia Vanuíre, composta de grandes fotografias de grupos xinguanos, realizadas de Babi Avelino, e de banners com textos, o MAE associou diversas peças relacionadas, oriundas das coleções “Maria Ignez Cruz Mello” e “Eduardo Nozaki Canó” que fazem parte do acervo do MAE.